Terça-feira, 3 de Fevereiro de 2009
Por muito que custe ao mulherio, nós, os machos, não perdemos muito tempo a falar delas. Não é por não serem uns seres potencialmente interessantes mas, de facto, temos assuntos muito mais excitantes e, sobretudo, sumarentos.
Um tipo fala das pernas da Elle Macpherson, diz que a cachopa tem umas boas pernas, faz um esgar comilão e, se for muito expansivo, dirá que lhe dava um tratamento de primeira. Em meia dúzia de segundos está o assunto tratado.
Coisa muito mais excitante será analisar a capacidade física do Hulk, a elegância do Lucho ou a fibra do Bruno Alves. Isto sim é assunto para um bom par de horas e se, devidamente, acompanhado por umas imperialuchas é capaz de durar uma noite inteira.
Para ser completamente sério, não são só assuntos da incontornável (também aderi à moda: ultimamente é incontornável dizer ou escrever incontornável) relevância como os do futebol, ele é graus de cozedura dos mariscos, corridas de moscas sem asas, letras dos Broa de Mel e até de tretas como política ou motorizações dos Ford Mondeo.
Aliás, quando há um tipo, num grupo, que fala muito de mulheres, já se sabe que o mais certo é ele não ser um particular adepto de trocas de fluidos com as ditas.
Só mesmo quando não há assunto é que a pergunta surge: então e gajas?
De Joana a 4 de Fevereiro de 2009
Perfeito! Irritante, claro, mas perfeito.
De Berta a 4 de Fevereiro de 2009
Descanse que não custa assim muito ao mulherio saber isso. Se soubesse do que habitualmente falámos entre nós era capaz de ficar surpreendido.
Exacto. Se os homens soubessem do que falamos normalmente, entre mulheres, ficariam surpreendidos... e com o ego tristonho, pois não passamos assim tanto tempo a falar de homens. Pelo menos da maneira que eles pensam que nós falamos...
De
anita a 6 de Fevereiro de 2009
Muitas gajas falam inevitavelmente de outras gajas.. a verdade é essa.. e depois.. numa análise sociologica mais profunda (a fazer) os assuntos vão-se dividindo consoante o tipo de mulher, o tipo de relação entre fêmeas, o contexto, a classe social (?), etc etc... É claro.. há espaço para tudo.. mesmo a mais "intelectual" das fêmeas acabará por falar de roupa, de gajos, de gajas.. Outras da consulta do ginecologista (o meu maior pesadelo pessoal de conversa), das unhas gel, do rabo do Cristiano Ronaldo, da colega do departamento que anda na cama com não sei quem... Outras ainda falarão do marido fabuloso-de-meter-inveja (se casada há menos de 3 anos) ou do marido-matéria-inerte (se a coisa já dura há tempos jurássicos) e da respectiva filharada, das doenças.. Enfim.. há conversa feminina para tudo, e ao contrário das conversas masculinas (que tanto adoro escutar), é uma teia complexa e muito enredada de coisas. O gajo também é complexo, mas a lábia é mais escorreita, mais simples, mais directa- uma maravilha. Não abdicaria de nhum dos tipos de conversas... E a conversa homem-mulher (amigos)...?
Delicioso este texto...
anita
De Sophia a 6 de Fevereiro de 2009
Não perdem muito tempo...agora.
Provavelmente, por vaidade de macho, esqueceu-se de acrescentar que também já vão falando de mezinhas e umas dorezitas...
É, conheço o género, até entrarem nos "entas" não havia rabo de saias que passasse no campo visual que não fosse analisada desde o joanete até á ponta dos cabelos, agora ficam mais intelectuais... cuidado não o vá ver ainda na politica... ponha os olhos no Pacheco P...
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