Não sou grande adepto de festivais de música. Continuo a pensar que, no fundo, são uns acontecimentos onde por acaso tocam umas bandas – umas melhores que as outras – e que serve para os cidadãos irem beber uns copos e fumar uns charros sem que ninguém os chateie. Suspeito, aliás, que mais de metade das pessoas que vão aos festivais saiem de lá sem saber muito bem o que ouviram. Eu próprio, ontem, no Optimus Alive, só de inalar – sem engolir, note-se – consegui apanhar uma “pedra” tal que posso jurar que vi a banda do circo Mariano logo a seguir aos National e que uns rapazes já entradotes com ar de sequestradores da Ingrid puseram aquele povo a cantar a Internacional Socialista em russo logo a seguir a um elogio ao José Saramago. Não me preocupa rigorosamente nada o consumo de tão agradáveis substâncias mas aconselho os meus concidadãos a terem uma conversinha com os dealers: a erva e o haxe estão, com certeza, estragados.
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