Hoje de manhã, na Loja do Cidadão, fui visitado por um entusiasmo eufórico-juvenil enquanto tratava da renovação do BI. Senti-me tão estranhamente bem ali que tive vontade de experimentar os serviços todos. Como uma criança na Feira Popular que, numa tarde, quer experimentar tudo o que há para experimentar - do comboio fantasma à montanha russa. Fui lá para tratar do BI mas, a certa altura, só me apetecia tirar senhas dos Correios, da Direcção Geral dos Impostos, da Electricidade de Portugal, da Lisboagás, da Via Verde, do Instituto de Emprego e Formação Profissional, da ADSE, da EPAL, do Registo Automóvel, da Caixa Geral de Aposentações, da Direcção dos Serviços de Identificação Criminal e esperar, com o sorriso dos cidadãos apaziguados com o destino, pela minha vez de ser atendido. Isso: queria tentar resolver problemas que não tenho só pelo gozo de visitar balcões e dar dois dedos de conversa com os funcionários de serviço. Queria jogar à Loja do Cidadão. Estar ali como quem vai ao Casino Lisboa. Umas vezes participante da jogatana, outras observador do fenómeno e das personagens. Sentado numa cadeira, entre a "Economist" e o "24 Horas", a olhar as coreografias várias de uma gente que trata dos assuntos da vidinha com a leveza de um musical inspirado e feliz.
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