Sábado, 5 de Abril de 2008

Fazer por merecer

Julgo não mentir se disser que aprecio, tenho respeito e um pouco de fascínio por aqueles que parecem tropeçar na própria sombra e ao tropeçar tornam o 'Ai' do tropeção em canto.

É como se ao transformarem o 'Ai' o merecessem. O legitimassem. Sou contra mostrar. Prefiro a obscuridade.

 

Pensei nisto ao ouvir 'As Palavras', fado novo de Camané com letra de Manuela de Freitas. Há uma parte em que ele canta:

 

Palavras que só mereço

Se em troca do que lhes peço

Der tudo o que posso dar

Se um dia as não merecer

Que as não consiga dizer.

 

Este merecer, este auto-julgamento moral - cada um sabe dele. Eu acredito que Scout Niblett merece cada uma das palavras que canta.

 

Atentem no 'Ai' aos 2:31 minutos:

 

 

Isto é um bocado sobre a exactidão que cada um faz por merecer. A vera exactidão que há que fazer por merecer.

publicado por João Bonifácio às 18:47
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Os Cus de Judas

Havia um romance de Lobo Antunes, um romance que aos meus 20 anos, mesmo lido numa praia de Maiorca rodeado dos seios descaídos de quarentonas alemãs classe média-baixa, parecia tão tão bom - e que hoje me surge programático e sobre-adjectivado (mas ainda furioso).

A dada altura o narrador dizia que quando um miúdo enterra a cabeça entre as pernas segurando-a com as mãos e repete Caralho, Caralho, Caralho, algo não está bem.

 Era, esclareço, um romance sobre a guerra.

 

O homem que eu vi hoje, num camarim, antes de um concerto, com a cabeça enterrada entre as pernas segurando-a numa mão (um cigarro a tremer na outra), a repetir vernáculo, não era um miúdo: tem 41 anos, história e a história está-lhe encravada na garganta. O médico disse: cançinoma. O médico receitou: cantar. Uma purga de fados.

 

Não foi perfeita a primeira apresentação de "Sempre de Mim", o novo (e soberbo) disco de Camané. Mas em duas, três, quatro canções aquele tipo que - por sorte ou azar - é um corpo a selar inquietude, fez-nos um drible, deu um golpe de rins, com a estocada de espadachim da voz arrombou o cofre do bom gosto burguês, e a fria ponta metálica de cada nota cravou-se abruptamente numa zona ilocalizável do meu cérebro.

 

Quase sem luz no palco, ele cantou: "Eu quero estar só". E repetia: "Quero estar só".

 

Não faço ideia se está ou não, se quer ou não está-lo.

Mas quando um tipo de 41 anos enterra a cabeça entre as pernas segurando-a numa mão (um cigarro na outra) algo não está bem. Há ali qualquer coisinha encravada.

Fazê-la sair da garganta na medida certa é da ordem hierárquica dos escolhidos.

E os escolhidos têm de estar sós.

Porque ninguém suporta a sua própria guerra por muito tempo se não tiver génio. 

publicado por João Bonifácio às 01:49
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Sexta-feira, 4 de Abril de 2008

Momento infantil (onde estás, Ana Maria?)

 

Sempre achei que a infância é sobrevalorizada. É evidente que posso afirmar coisas destas porque tive o privilégio de ter uma, coisa que muitas crianças não têm. Mas como o que interessa para esta conversa é a norma e não a terrível excepção, repito: a infância é sobrevalorizada, um mito de freudianos convictos. A adolescência sim, é um território terrível e que deixa marcas. Mas isso, como cantava o outro, é outra crónica.

Permitam-me que desenvolva a teoria lançando a temida questão que pulveriza todos os argumentos contrários: se a infância fosse tão importante, como teria eu sobrevivido à Ana Maria?

 

Ah, a Ana Maria: loiríssima, olhos azuis cor do céu, rosto de boneca, bela nos seus oito anos. Todos os rapazes da minha classe estavam apaixonados por ela. Eu, que aos meus oito anos era pedófilo, não era excepção. Mesmo sabendo que por trás daquele ar angelical estava a maior sacaninha do colégio: por ter a preferência da directora, denunciava os colegas e transferia culpas com a mesma facilidade que encantava com um sorriso. As raparigas – que sempre foram mais sábias – odiavam-na ou queriam estar à sua sombra. Os rapazes adoravam-na, mesmo enquanto avançavam cabisbaixos a caminho do gabinete da directora.

 

Como é previsível, teria de ser com a Ana Maria que iria ter direito ao primeiro sabor de um beijo nos lábios. Até hoje não sei por que me escolheu, se pela cara de ingénuo se pela incapacidade de pronunciar uma única palavra quando ela falava comigo. Sei que uma tarde de Verão, no bengaleiro do colégio e pouco antes da saída, aproximou-se de mim e chamou-me. Mal tive tempo de virar a cabeça e recebi um beijo meio sorriso, em cheio nos lábios. Com a surpresa, desequilibrei-me e bati com a nuca num dos ganchos de aço que servia de cabide. A Ana Maria, entretanto, tinha desaparecido e só ficou o eco das suas gargalhadas.

Voltando à minha teoria: se a infância e as suas marcas fossem tão importantes, ainda hoje associaria o prazer sexual (o beijo) com a dor (o imbecil do cabide). Ora isso não acontece. Não querendo partilhar demasiada informação com o leitor, não tenho vocação para jogos S&M, em que mulheres vestidas de corpetes negros e calçando afiadíssimos stilettos passeiam sobre as minhas costas, batendo-me e perguntando «Quem foi um menino mau?», enquanto jazo amarrado e peço perdão ao som do Deutchland Über Alles e é nessa altura que ela [nota do Sinusite Crónica: Já percebemos Nuno. Podes voltar a sentar-te. Obrigado] Peço desculpa. Pronto, nem sequer penso nisso. Que tal estas maçãs, freudianos?

 

Lembro-me também do 25 de Abril de 74, em que fiz a minha mini-revolução, protestando por querer ir para a escola e não me deixarem. A causa não era o amor ao saber: era o regresso da Ana Maria, após prolongada ausência por doença. Em vez das aulas os meus pais levaram-me a passear por Lisboa onde vi homens barbudos e armados com flores na boca. Isso sim, foi traumatizante.

Agora, muitos anos depois, com a maré da crise de meia-idade, alguns dos meus antigos colegas da primária organizam almoços semestrais, onde o prato principal são as memórias. Somos homens feitos, empresários, gestores, artistas, eu. Lembramos que nem sempre gostámos uns dos outros. E depois lembramos a Ana Maria. «Ah, a Ana Maria…», diz o coro em uníssono.

E isto não é a infância a falar, são os passos distantes do nosso primeiro amor.
publicado por Nuno Miguel Guedes às 19:45
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Cohen de bolso

Não sei se sabem, mas antes era tudo mais ordenado: as senhoras lidas e religiosas traziam, à falta de bolsos, o seu Livro das Horas (que lhes dizia o que rezar a cada momento do dia) na mala, os escassos eruditos carregavam penosos Dostoievskis, os homens de negócios escondiam o rosto em livros de balanços. Os que não sabiam ler tinham um lenço no bolso e escarravam no lenço.

 

Falar com Deus através da oração, discutir o sentido do mundo numa tertúlia violenta, esconder o rosto em papel quadriculado, escarrar - é tudo a mesma coisa.

Mas já ninguém traz um Livro das Horas na mala. E já ninguém anda de lenço no bolso pronto a atirar para ali a mais honesta das suas apreciações do mundo.

A net dá-nos a rede que Deus ou a literatura ou a ciência ou um lenço antes nos davam: encomendamos mantas menos curtas, vemos adolescentes da Bobadela com fotos em posições reumaticamente perigosas a dizer-nos dá-me cinco. Trocámos a foto do meu mai novo pelo nudie da mai nova estrela do Div-X que nunca chegámos a ver.

 

Que trazemos hoje nos bolsos?

Os putos têm iPODs no lugar da culpa, os mais velhos e mais ricos substituiram a Parker por aquelas canetazinhas ridículas dos ridículos micro-computadores.

Os outros têm telemóveis, pénes (aqueles objectos abaulados onde guardamos textos), trocos, chaves de carros a prestações - são pobres os bolsos das pós-modernidade. Não apenas os bolsos mas os próprios casacos: nem sequer aguentam um descosido, à primeira linha que se parte são trocados por outro.

 

Mas toda a gente devia ter um Cohen de bolso. Um pequeno receituário de versos do mestre pronto a usar em casos de aperto. Poderia ser um Cohen de bolso de camisa, de bolso de trás das calças ou das saias, mas um Cohen portátil, sucinto, prático e empiricamente utilizável.

 

Ou mesmo (estou a pensar nas crianças) um bonequinho minúsculo com o rosto dele: premia-se num botão (já nem arrisco dizer 'dava-se corda') e ele abria a sua boquinha mecânica e cantava 'Don't go home with your hard on' - quem precisa de aulas de sexualidade quanto se tem um Cohen de bolso?

O mini-Cohen (uma espécie de Bimbi-existencial-judia) seria igualmente útil, pelo menos de manhã, quando o boneco cantasse 'Hey, prince, you need a shave'.

 

Há um Cohen de bolso para todos: os amantes desesperados pela falta da atenção da amada, os desesperados por excesso de atenção de várias amadas, os simplesmente desesperados, os que pensam na Guerra Fria durante a sodomia, os que acreditam que aos EUA chegará a democracia, os que preferem uma aliteração a uma rima.

Há um Cohen para as senhoras que guardam silenciosamente as suas perversões: vestia-se o bonequinho com uma famosa gabardina azul, premia-se o botão e.

Há um Cohen para os capitalistas com coração: premia-se no botão e ele cantava "Diamonds in the mine".

 

Imaginem os casais ao Domingo, a brincar ao Cohen de bolso, a trocar citações sobre laranjas e chás. Velhos a meterem conversa com velhas graças a um dito do seu Cohen de bolso sobre Cristo. Miúdos a programarem férias em NY - graças a quê? Ao Chelsea Hotel que o micro-Cohen cantaria. E os miúdos, a descobrir a desgarrada de um recreio de escola primária, atirariam, com a ajuda do seu Cohen de bolso, pássaros no arame à cara do bully, enquanto o adolescente deprimido arranjava uma namorada graças à história do rapaz que tinha uma mão numa rapariga e outra no suicídio que o Cohen de bolso cantaria.

 

Um Cohen de bolso: micro-bolinhos-da-sorte que poderiam vir em várias cores, material não cancerígeno, biodegradável (bio-decadente), sem entrada, a pagar apenas no além.

 

Toda minha religião, o que me ficará por dizer, os passos por dentro da sombra, cabem num poema de Leonard Cohen:

 

he was watching for a card

that is so high and wild

he'll never need to deal another.

 

Sou um homem de sonhos, sonho com um Cohen de bolso. You go your way, I'll go your way too, Leonard. 

 

Sinceramente*,

JB.

 

("Sincerely, L Cohen", era o final de Famous Blue Raincoat.)

publicado por João Bonifácio às 09:09
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Acordo Ortográfico - Parte VI de IX

Eu concordo quase sempre com o Ivan Nunes, até porque gosto muito de literatura infantil. O Ivan diz, no fim deste post, que se preocupa com árvores, razão pela qual não compra o PÚBLICO.

 

Presumo que na sua ânsia de poupar arvoredo também tenha de deixado de comprar livros, nomeadamente de literatura portuguesa - o que o pode levar, com o esplendor de alguém cuja "brasilofilia é conhecida" (aliás, ainda recentemente, em entrevista com Tom Zé, este dizia-me 'Pôxa que ôcês em Portugáu tem lá um brasilófilo paca') a usar Nélson Rodrigues (e não Rubem Fonseca, ou Raduan Nassar, ou Guimarães Rosa, ou Carolina Nabucco - que obviamente o Ivan conhece) como exemplo da superioridade do português do Brasil  - da qual ele não duvida por um segundo.

O Ivan não tem dúvidas e, aposto, raramente se engana. O Ilitch, outro Ivan mediático, também não teve dúvidas durante muito tempo e houve outros que nunca sequer se enganaram.

 

Mas eu concordo com que ele, razão pela qual lhe deixo aqui um vídeo que indubitavelmente prova o génio do português do Brasil - e faz rima com a minha principal preocupação: os pássaros (ou as pássaras), que, cuido, são a condição sine qua non para poder aceder ao verdadeiro espírito da  "brasilofilia", na qual, tenho a certeza, o Ivan é sobejamente versado.

 

Não me agradeças:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por João Bonifácio às 00:50
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Quinta-feira, 3 de Abril de 2008

Amigos

Sou um feroz adepto da méritocracia por isso é que não consigo entender as pessoas que estão sempre a dizer: “Pois pá, o gajo só lá está porque é amigo de fulaninho de tal”. Esta estupidez, de tantas vezes repetida, corre o risco de ser levada a sério.

Não serão os nossos amigos a coisa mais importante das nossas vidas? Que melhor predicado pode ter um cidadão do que ser nosso amigo? Um tipo de que gostamos, em quem confiamos, presente nas horas difíceis, por quem levamos umas murraças, a quem confessamos os mais íntimos segredos.

“Ah pois, competência e tal”. Competência? Quer então, um dos milhões de leitores deste blog, dizer que não é preciso competência para ser amigo de alguém? Se assim for, saia já daqui e vá ler o Vital Moreira ou o Santana Lopes (é numa das portas ao lado). Nada exige mais competência, empenho, paciência, trabalho, dedicação do que ser amigo de alguém. Pense nesse seu feitiozinho (não Nuno, não estou a falar contigo) e pergunte-se se dá pouco trabalho ser seu amigo. Ah pois é.

Se eu for Primeiro-Ministro - te renego Satanás – claro que vou dar a presidência da CGD ou do Ministério das Finanças aos meus amigos. Tanto trabalho para lá chegar para depois pôr lá um chato qualquer, era o que mais faltava.

 

publicado por Pedro Marques Lopes às 17:59
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Cinzento

 Não partilho do desentusiasmo crítico por "Intimidade", de Woody Allen, que vi ontem à noite (reparem que não escrevi "revi"). Houve mesmo momentos do filme que achei muito fortes - a cena da festa em que é cada vez mais notório o mal estar entre as irmãs e a sua nova madrasta é um deles. O que me desiludiu no filme foi o suicídio da mãe. Um efeito melodramático demasiado fácil. Dizem que está aqui presente a influência Bergmaniana e Tchekhoviana em Allen. Reconheço a primeira, não tanto a segunda (aliás, de Tchekhov encontro apenas um certo perfume do pensamento "Se tens medo da solidão, não te cases"). O suicídio da mãe "mar adentro" parece-me demasiado épico para ser considerado uma herança do autor de meias tintas (é um elogio) que era Tchekhov. Nos contos de Tchekhov o mundo tem muitos matizes e hesitações  e não acontece grande coisa. É isso que procuro nas suas pequenas histórias e nas do seu discípulo Carver - começam a meio, acabam a meio. Aqui, pelo contrário, acontece. Aquele suicídio no mar é uma forma de heroísmo. Prefiro os passeios, os diálogos inconclusivos, o peso do ar das tardes, os rostos a olhar as ondas pela janela, a lenta desilusão que vai encurralando as almas entre quatro paredes. O cinzento da vida sob a forma de arte.

publicado por Nuno Costa Santos às 14:52
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Da necessidade de ter sempre uma bomba no bolso




Foi das frases mais densas que li nos últimos tempos. Encontrei-a numa edição da Tusquets - "Silogismos de La Amargura", de Cioran:

"Lo real produce asma".
publicado por Nuno Costa Santos às 01:26
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Rapariga veloz

Tenho um problema com a actualidade. Está sempre a fugir a rapariga. Sempre em andamento e transformação: com novas roupinhas, outras maquilhagens e diferentes tiques. Sou lento a reagir à vocação camaleónica da moçoila. Fico angustiado com tanta mudança. Dá vontade de lhe gritar, quando passa a correr: espera por mim, rapariga. Dá-me um tempinho – cinco minutos, pode ser? Sim, a actualidade é como a miúda mais gira do liceu: quando a gente resolve finalmente falar-lhe já está metida com alguém.
publicado por Nuno Costa Santos às 01:11
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cá se vaiandando com a cabeça entre os couratos



© rabiscos vieira

a amizade, a solidão, a ve
rdade, quase todos os temas que inquietam o ser humano têm passado pelo sinusite, com excepção do courato. esse mesmo, proveniente do porco, programado para embeiçar gente de compleição rija e queixo que se quer gorduroso e o que eu me pelo por isso. pois bem, o mercado do courato está mais retraído do que o do subprime americano, com a diferença de os porcos anónimos que o alimentam [ao do courato] não nos escavacarem o crédito à habitação e o maldito spread, mas isso são contas de outro rosário, aqui falo de orelhas. e carimbadas.

em tempos o courato foi glorioso, júlio césar nunca teve mais autoridade do que esta chicha dos deuses quando proclamava veni, vidi, vici, a orelha de porco reinava em vários palcos, à volta dos estádios, nas feiras, nos encontros sindicais, nos santos populares, no primeiro de maio, no lupanar coche real da ve
nda nova. bom, fala-se de carnes e começo a tergiversar. ponha-se então o courato nos eixos da glória que já teve e que paulatinamente vai perdendo para outras iguarias de marca roulotte, rodeadas de frascos de molho, uma miséria, ao courato não era preciso juntar adornos, bastava-nos o carimbo roxo da qualidade atestada e o pêlo hirto, capaz de provocar um suave reco-reco no céu da boca.

pior, hoje o courato caiu do olimpo dos petiscos em favor de uma série de versões softporno como as agora afamadas tapas, degustadas em cima de pão tão artificial que só pode provocar o cancro, ou o dengue, vendidas em casas bem decoradas, ch
eias de tias e yuppies super modernos e amigos da cava, da caña e do caralho a quatro, que saltitam e bradam olê, olê olê, assim mesmo, com circunflexo, que o uso dos agudos condiz mais com o povoléu que não vem com salero de berço.

quanto a mim deploro a retracção da popularidade do courato, aquela sua composição tão portuguesa, mole e gordurosa a maior parte das vezes, eriçada em pêlo grosso quando lhe pisam os calos, ou mordem as pontas, arriscava até dizer que o co
urato podia ser um baluarte da civilização ocidental ameaçada pelos barbudos que insistem em rebentar-se nos transportes públicos dos outros, que eles nem sequer comem porco, nunca se lamberam com uma farinheira embrulhada nuns ovos mexidos, nunca rilharam com os dentes o osso de uma costeleta. o courato como charneira diferenciadora de uma civilização. pensem nisto.

eu vou fazê-lo, enquanto saio de casa em busca de uma metadona, de uma substituição, quem sabe uma bifana daquelas mergulhadas na frigideira atestada de m
olho, dizem até que foi duma dessas que o fleming extraiu as primeiras penicilinas.
publicado por Pedro Vieira às 00:57
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