Basta passar pelos salões de chá e pelas tascas do país: gozar com o PSD (este PSD) tornou-se o prato favorito da Nação. E, sabemo-lo, a culpa é, sobretudo, deste PSD. Um partido que, para simplificar os termos, não se tem dado ao respeito. Todo o PSD se transformou num imenso Santana Lopes, o bombo da festa do comentário político de esquina. Corrijo: a culpa não é apenas deste PSD. Também é do outro - aquele que, alegadamente mais preparado e com maior sanidade mental, deixou que o estado de coma se instalasse na sua própria casa. Os "barões" e os "intelectuais" do partido pouco fizeram para evitar os efeitos Santana e Menezes - e o efeito letal, como lembrou o "Inimigo Público", do cidadão Gomes da Silva. Foram mandando bocas pela comunicação social - gesto alcançável pelo mais previsível comentador do Fórum TSF. É escasso. É preguiçoso. Como acção política, não serve.
Mas voltemos ao exercício generalizado, quase universal, de sátira sobre o "partido social democrata" - uma organização que devia ao menos consultar a Wikipédia em busca do significado da palavra ideologia. Os comentários sobre o PSD estão atravessados de sarcasmo - a forma humorística mais próxima do desprezo. As bocas (a minha também, pois) abrem-se maliciosa e prazenteiramente quando pronunciam os nomes, os apelidos e os gestos "desta gente". O sarcasmo - o desprezo - pelo PSD é um exercício com um fundo queiroziano. Sim, o país modernizou-se mas ainda tem demasiados Ribaus. Rir do PSD ainda é rir de Portugal.
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