Quem é que disse que a escrita, em especial, a escrita criativa, não pode mudar o mundo? Deixem-me ser utópico por um momento: Jon Favreau, um puto de 26 anos, pode mudar a linguagem do mundo. O rapaz que está por detrás dos discursos de Obama pode ajudar a alterar a forma de entendermos a linguagem política - e, em consequência, a própria política. Apreciemos ou não o candidato democrata - a avaliação não depende disso. Mesmo que Obama não ganhe, aquilo que Favreau anda a criar, mais ou menos em silêncio, nos ficheiros do seu portátil já está a ter impacto mundial. E isso não deixa de ter - arrisco a pirosice da expressão - a sua magia. Ele não é apenas um alinhador de ideias e discursos. É um tipo da escrita criativa. Não, não tenhamos medo da escrita criativa (há por aí algum ressentimento contra a "falta de substância dos discursos"). Um bom soundbyte pode ser substantivo. E ajudar a mudar mentalidades. Pode trazer nas veias, como se costuma dizer, o princípio da mudança e do (se alguém disser que escrevi isto, desminto categoricamente) progresso.
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